sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Com a mais quente das águas lavo as minhas mágoas

Abro os olhos, uma manhã gelada.
Tomo banho com a mais quente das águas, com ela lavo também as minhas mágoas.
O ontem é passado esquecido e enterrado, hoje é um novo dia, uma nova energia.
Saiu à pressa, o tempo não espera, até foge. Já estou atrasada, mas não, não estou irritada. A vida é mais do que uns minutos, minutos de uma aula em que é só conversa de fachada, a escola é vivida de uma maneira extremamente exagerada, mas eu não sou dessas, não estou enganada.
No caminho vejo um homem.
Fico parada, pasmada.
Um homem acabado com a roupa rasgada pela força do trabalho. Nos seus olhos vê-se carregado sofrimento, trabalho árduo que concretiza como forma de sustento.
Passou, olhou e simplesmente continuou. Já tem o destino traçado desde um longínquo passado.
De mãos gretadas, gastas e secas. Cabelo grisalho e já com falhas.
A idade já lhe pesa mas continua o trabalho embora cansado, esgotado e desgastado.
É a base da família, trabalha com vontade e agrado para garantir o sustento mas nos seus olhos apenas vejo mágoa e sofrimento.

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